
© Silvana Duboc
18/09/2005
Ela aprendeu a ser mãe sozinha, até porque, não houve tempo de lhe ensinarem por ter se tornado mãe muito jovem.
Em seguida aprendeu a ser pai, sozinha também.
O sustento ele garantia, com certeza, porém, não basta alimentar, calçar, vestir e educar nas melhores escolas um filho.
Existe o outro lado da moeda que é de enorme importância. Atenção, carinho, compreensão, participação, presença nos momentos dolorosos e nos felizes.
É preciso dar ouvidos às notícias boas e às ruins e saber reagir de acordo. É preciso sofrer junto, desatar nós, fazer laços, juntar pedaços e ajudar a esquecer. É preciso lembrar, recomendar, dar exemplos e ter muita paciência. É preciso ensinar a ganhar e perder, saborear cada vitória e digerir cada derrota. É preciso chorar escondida quando a ferida no coração do filho é tão grande que se estende ao nosso.
É preciso dar limites sem exercer o poder em demasia. É preciso ensinar a crescer como ser humano.
Sempre achei que pais não eram iguais as mães, não que amem menos seus filhos, mas amam diferente. Amam sem compromisso, sem tempo, sem paciência, sem abnegação. Amam com hora marcada.
É claro que existem as exceções, mas não vim até aqui para falar delas.
Talvez esse amor que existe da parte das mães para com seus filhos tenha uma explicação; o cordão umbilical. Acho que depois de nove meses que mãe e filho estiveram ligados por ele, algo de especial aconteceu e acaba perdurando mesmo após o seu corte.
Não tenho informação de pesquisas que apontem números em favor de mães ou de pais. Sei, apenas, que as mães conseguem ser, facilmente, mães de seus filhos, de filhos adotivos, de filhos especiais, dos amigos dos filhos e dos netos.
Sei, apenas, que o coração das mães é de uma generosidade sem limites e de um tamanho imensurável.
