Lê bem: métodos contraceptivos são conquistas feministas.
Houve um tempo em que fazer sexo por prazer era um privilégio masculino. Mulheres sofriam porque relações sexuais significavam risco de gravidez indesejada - por isso, para as mulheres o sexo sempre foi algo condenável.
Os debates feministas que envolviam a busca por uma autodeterminação reprodutiva, buscaram saída na ciência. Mulheres como Margaret Sanger, ativista e educadora sexual, e a bióloga Karherine McCormick tiveram envolvimento direto no surgimento da primeira pílula, em 1960.
Houve crítica de todos os setores conservadores, que viam a gravidez como um processo natural que não deveria ter interferência - os mesmos setores que hoje condenam a luta pelo aborto seguro.
Ao longo dos anos, a ciência transformou as fórmulas destas pílulas, mas os efeitos colaterais ainda podem causar danos graves ao organismo das mulheres.
Os movimentos feministas compreendem a conquista de cada método contraceptivo - mas questionam: porque 50 anos depois, ainda não existem pílulas contraceptivas destinadas ao uso dos homens?
Nós respondemos:
1. As farmacêuticas não estão dispostas a revolucionar algo que já funciona do jeito que está. Mais de 214 milhões de mulheres usam pílulas anticoncepcionais, movimentando US$18 bilhões por ano.
2. É cômodo apenas deixar o peso do cuidado com a contracepção com as mulheres. Homens estão dispostos a assumir essa responsabilidade e os riscos de saúde provocados pelo medicamento?
A última pesquisa, de 2016 foi interrompida porque os efeitos colaterais eram os mesmos a que mulheres estão submetidas.
A questão não é científica, é social.
Texto: @janarambow
Imagem: @revistatpm
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